NO OCULTO PROFUSO (2007)

No oculto profuso
Ouve
Tudo o todo
Corpo ensombro
O mundo mudo
Onde o som em bruto
Ocupo
Olho e deixo o profundo
Indo longe lento e longo
Recomeço por ir e regresso
Encontro o sono e prendo o sonho
Sempre por entre vertentes
E volto para libertar o A(r)

Aqui há quase um hábito
Total e amargo para amarrar
As naves chegadas
As formas paradas
Lançadas impávidas almas
Há o lugar total do avesso
E tragá-lo-á com as conformadas
Confissões do inverso incompleto
Impaciente aqui e ali e assim...
Respirar

Em si o silêncio é um sim
Se cingido de mistério
Mestre infinito e discreto
Litígio que entretece o gesto
Da digital urbe que me urde
Intriga ida distante antes de agir

Já gasto chega ao próximo espaço
Loco actual no sítio do tempo
Omisso a ocorrer e sempre age
Sujeito escreve a que o obriga:

Irca liga opa láca
Cóla bóla bulácalouca
Lica pugála lá o que çu
Que seja ou sei o sim de mim
O sino ding
Dingue cá dim
Que deu a lim
Desdeu o sim
Desdisse isse
Omisso o passo
Junto rente
Quase perto e adjacente
Chegado ao fim
Nem mais ousou uma frase
Que fosse que vinha por cima
Ainda assim a cair
Virada contra a posição ascendente
Da corrente da página
Com as linhas a sair do lugar que lhes deve